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Transportes compartilhados se popularizam no Centro e Zona Sul do Rio

  • bixcoitodiario
  • 8 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Embora haja investimentos, regiões mais populares não recebem mesmo tratamento de áreas nobres


Por: João Brandão


O cidade do Rio de Janeiro é a uma das principais regiões metropolitanas do país com o serviço de bicicletas compartilhadas. As estações da Bike Rio já passam das 260 e desde dezembro os serviços desse meio de transporte e dos patinetes elétricos da Yellow e da Grin chegaram à cidade, principalmente na região central e da zona sul, e estão se popularizando entre os usuários, seja para se dirigirem ao trabalho ou a lazer, o que é uma tendência mundial.

Essa questão está diretamente ligada ao planejamento de uma cidade mais móvel e sustentável em que os cidadãos possam usufruir mais dos espaços e realizar alguma atividade física. Para Ricardo Brandão, coordenador do Laboratório de Vida Ativa (Lava), os estados precisam investir no uso de transportes alternativos. “O histórico de investimentos quase sempre priorizaram os carros e investir em outras formas de modal trarão impactos positivos na questão do clima, sobre a economia das cidades e dos países, sobre a saúde e economia”.

No entanto, para que o cidadão possa ocupar mais a cidade e se deslocar com mais facilidade, melhorias precisam ser feitas. Aumentar a malha cicloviária do Rio é essencial, mas não é a única medida que a prefeitura poderia tomar para melhorar o espaço urbano. O aumento do número de ruas e calçadas e diminuição da velocidade máxima dos carros na via tornam o ambiente mais propício para o uso de transportes alternativos, ativos e não poluentes.

Contudo, as cidades brasileiras engatinham nesse aspecto. Segundo a revista científica The Lancet de 2016, enquanto 34% da população de Amsterdã faz uso de bicicletas, São Paulo é a Região Metropolitana que mais utiliza tal meio, mas com apenas 1% das pessoas. Além disso, em localidades como o Rio de Janeiro, a prefeitura e os serviços de transporte compartilhados privilegiam áreas nobres do município, como o Centro, Zona Sul e Grande Tijuca, enquanto locais como a zona oeste e grande parte da zona norte não recebem os mesmos investimentos.

E embora pareça aumentar a conscientização pelo transporte sustentável, Cristiene Ribeiro, pesquisadora e bacharel em geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o discurso não aparecem na prática. “O investimento em ciclovias e em propagandas no Rio são baixos, as bicicletas só ficam em áreas nobres da cidade. O primeiro projeto foi massivamente feito na Zona Sul e depois expandiram um pouco mais indo até Madureira (falando das Bike Rio), mas as estações desta não seguem o padrão de regiões como Zona Sul e Centro que ficam próximas uma das outras, fazendo com que o morador de Madureira rode apenas pelo seu bairro”.


Bicicletário precário na estação de trem de Inhoaíba (Foto: Cristiene Ribeiro)

Os governos vêem o plano do uso de transportes compartilhados como uma forma de se aproximar das grandes cidades, mas não de torná-la sustentável e inteligente. E muitas vezes, devido ao alto preço dos transportes públicos, a população carioca opte pelas bicicletas. “As pessoas começam a andar de bicicletas porque o custo é muito barato, a manutenção é baixa, mas não por um aumento no nível de consciência em termos de sustentabilidade”, completa Ribeiro.

Mas para as pessoas que conseguem fazer uso dos transportes compartilhados, como Isis Mota, designer, que começou a fazer uso das Bike Rio em 2017 para voltar do trabalho e lazer nos fins de semana, o processo é visto de forma positiva. “Eu acho ótimo ter meios alternativos de transporte, você acaba usando mais a cidade de outra maneira e adquire hábitos mais saudáveis. Eu acredito que essas opções ajudam a mobilidade, agridem menos o meio ambiente e aumentam a qualidade de vida do usuário”.

 
 
 

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