Prefeitura vai tirar parte dos ônibus da região central do Rio
- bixcoitodiario
- 10 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
O objetivo da medida e aumentar a circulação de passageiros no VLT
Por Dayane dos Anjos

A proposta é solucionar o déficit do VLT | Foto: Divulgação
A gestão de Marcelo Crivella tem previsão de adotar algumas medidas que irão afetar o transporte público da cidade do Rio de Janeiro. A prefeitura irá retirar os ônibus municipais da região central do Rio e os pontos finais irão ser deslocados para a Rodoviária Novo Rio e entorno da Central do Brasil. Os passageiros que precisarem seguir viagem terão que fazer baldeação com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A medida tem por objetivo aumentar o número de passageiros do VLT, cuja linha 3, que liga a Central ao Aeroporto Santos Dummont, já era para ter sido inaugurada.
Grande parte das pessoas, principalmente moradores da zona Oeste, não gostaram muito dessa medida, como é o caso de Isabele Aguiar, de 34 anos. Ela acredita que essa medida não vai vingar e não concorda com a população arcar com os custos da prefeitura. A estudante de serviços sociais costuma pegar a linha do 394, que sai da Vila Kennedy, para ir ao trabalho no Centro e se queixa porque o último expresso dessa linha é às 9h da manhã. “A zona Oeste é muito abandonada de transporte público”, diz a estudante que opta por pegar o “frescão”, ônibus que custa o dobro ou o triplo do preço da passagem vigente, já que levaria cerca de três horas para fazer o mesmo trajeto se fosse de parador.
“Você passa seis horas do seu dia dentro do transporte público enquanto poderia estar fazendo outra coisa que fosse útil”, declara Isabele. “E isso tudo por conta de problemas que não são resolvidos, como obras da Avenida Brasil que nunca acabam, a precarização dos ônibus e uma série de outras coisas”, completa.

A medida não foi bem recebida por grande parte da população
Foto: Divulgação
Alexandre Rojas, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e especialista em transporte público, acredita que essa medida proposta pelo Crivella não é cabível e que a mobilidade do Centro é complexa. De acordo com Rojas, a primeira linha do VLT, criada nas Olimpíadas de 2016, foi um sucesso e o projeto foi ampliado para chegar a Central. A estimativa era de carregar 20 mil passageiros por dia, no entanto, essa mesma estimativa foi para 200 mil. “O VLT não tem capacidade para carregar tantas pessoas”, diz. “Isso é uma ação contra a população e quem vai sofrer são as pessoas menos favorecidas”. Ele argumenta que “sem estudo técnico a medida não é razoável e que retirar as linhas dos ônibus não é justificável.”
De acordo com a prefeitura, a medida ainda não está em vigor e declarou não ter novas informações sobre o assunto.
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