Para o jovem, é mais difícil conseguir emprego e mais fácil de ser demitido
- bixcoitodiario
- 10 de abr. de 2019
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Por Fernando Almeida Não está fácil para os jovens. De acordo com estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pessoas com idades entre 18 a 24 anos encontram mais dificuldades em ingressar o mercado de trabalho, e quando empregadas, são os mais suscetíveis à demissão. Com 12,7 milhões de desempregados no Brasil, em 2018, a taxa de desemprego entre a população de 18 a 24 anos chegou aos 25,2%, mais que o dobro da taxa geral - 11,6%. De acordo com a análise, que toma por base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), houve uma retração de 1,3% na ocupação no trimestre móvel encerrado em janeiro.

"Esse desemprego entre os jovens está muito atrelado à educação. Os que têm acesso protelam a entrada no mercado de trabalho. Existem diversos exemplos de pessoas com 20, 21 anos de idade que iniciam suas atividades profissionais. Além disso, a falta de qualificação prejudica o acesso ao emprego" , diz Viviane Montovani, especialista em Gestão de Recursos Humanos e Psicologia Organizacional.
Para Montovani, a experiência é fundamental para tão sonhada vaga de emprego. "Sem dúvida, as empresas preferem trabalhadores qualificados e com experiência, prontos para exercerem a função. É um critério que faz o jovem não ser contratado." Segundo a especialista, contratar uma pessoa inexperiente demanda investimento em treinamento. "Com cortes de custo de algumas empresas, o procedimento ideal acaba não acontecendo, e por isso, assume-se o risco de o jovem errar durante o trabalho."
Iago Deolindo, estudante de Ciências Biológicas, faz parte da estatística levantada pelo Ipea. O jovem de 23 anos encontra dificuldades para ocupar as poucas vagas de emprego disponíveis. "Coloquei currículo em vários lugares mas, poucas empresas estão chamando para entrevista. Estou aguardando posicionamento delas até agora e nada." Seria o primeiro trabalho de Deolindo após concluir o serviço militar nas Forças Armadas.
E o mercado de trabalho não vem apresentando melhoras. Dados da Pnad Contínua e do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), o ritmo de criação de novas vagas formais vem perdendo fôlego nos últimos meses. A ínfima retomada ocorre nos setores informais da economia e, dos postos de trabalhos formais com contratos em tempos parciais ou intermitentes.
Para a especialista, a qualificação na educação, adaptação com as novas tecnologias e bom relacionamento interpessoal são fatores que aumentam as chances dos jovens ingressarem o mercado de trabalho. "O ideal é buscar por qualificação, cursos, e claro, fazer sempre algo a mais."
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