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O uso indevido de Anabolizantes Esteróides (AEs) em busca do corpo “ideal”

  • bixcoitodiario
  • 10 de abr. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 11 de abr. de 2019

Alguns preferem o caminho mais rápido para atingir seu objetivo, porém, este caminho pode ser perigoso.

Por: Daniel Magalhães


O aumento do número de praticantes de musculação tem crescido muito nos últimos anos e a Cidade Maravilhosa parece ser o lugar ideal para aqueles amantes de atividades físicas e que gostam de mostrar os resultados obtidos em uma sala de musculação. Da mesma forma, a cultura do uso de AEs tem crescido significativamente, mas ainda é um tema muito controverso. Existem pessoas que utilizam os anabolizantes de forma exagerada para ter o corpo “ideal” e podem ter graves consequências, como foi o caso do Matheus Martins Viana, de 20 anos, de São Gonçalo, onde fez o uso excessivo de hormônios da tireóide T3 e T4, além do uso do xarope salbutamol, substâncias que provocou no jovem três paradas cardíacas levando-o a óbito.


Apesar dos riscos inerentes ao uso de anabolizantes, existem especialistas que são a favor da utilização dessas substâncias anabólicas, como é o caso do Médico Especialista na Área de Esportes, Carlos Daniel van der Haagen Llosa. Para ele, o uso de hormônios com orientação médica é comparado a cirurgias plásticas, pois ambos possuem riscos à saúde. “Eu não acho que deveria ser proibida. Eu acredito que é uma visão tanta equivocada, é uma política antiquada de ver este assunto, se é permitido que uma pessoa realize cirurgias plásticas de grande porte como lipoaspiração, reconstrução facial, sendo que muitas vezes não tem nenhum tipo de deformidade, não sofreram traumas e nem nada, porque não o uso de hormônios?” Comenta Llosa.


Muitas são as pessoas que fazem o uso de anabolizantes em academias no Rio de Janeiro, seja para emagrecer ou para ganhar massa magra, no entanto, isto é visto com preconceito pela maior parte da sociedade. De acordo com o Especialista em Educação Física, Célio Paixão, nos últimos três anos este assunto vem crescendo a cada dia e isso o assusta. “Pessoas andam tomando sem procurar um médico, um treinador e isso é preocupante.” Relata Célio.


Para alguns profissionais envolvidos no mundo da musculação a utilização de substâncias anabólicas são válidas, porém existem ressalvas. No caso do Célio Paixão, ele acredita que quando o indivíduo chega no platô, no seu ápice, se alimentando bem, treinando bem e já têm mais de 4 anos de musculação, o aluno já poderá fazer o uso de ergogênicos. “Agora, o aluno que chega à academia pedindo ergogênico. Eu o mando aprender a comer e aprender a treinar.” Finaliza o profissional de Educação Física.


Academia Companhia Athletica - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro - RJ

O médico Carlos Daniel comenta sobre pessoas que fazem o uso de AEs de forma segura. “Se a pessoa faz com acompanhamento médico os riscos que podem ocorrer pelo uso da substância podem ser melhor avaliados. Vai ter uma maior liberdade, uma maior abertura entre o paciente, entre a comunidade médica como um todo, uma diminuição dos riscos envolvidos e acredito que no final não haveriam aumento da mortalidade ou dos efeitos colaterais, da morbidade causada pelo uso de anabolizantes.” Conclui.


Atualmente os fóruns, blogs que falam sobre musculação, no qual dão dicas para ter ganhos rápidos de massa magra são verdadeiros problemas. Segundo LIosa, “a pessoa que toma a decisão de tomar anabolizantes dificilmente vai deixar de utilizar pelo fato de que o médico não vá prescrever, ela vai conseguir com o colega da academia, no coaching, na internet, um produto de qualidade muitas vezes duvidosa, acarretando riscos para a saúde da pessoa.” Comenta.


Numa tese auxiliada por Célio Paixão, no ano de 2018, foi constatado que 70% das mulheres já usaram ou faz o uso de esteróides anabolizantes. Na tese foram entrevistados 5 mil indivíduos, sendo que 3500 mulheres confirmaram o uso de alguma substância anabólica em seu corpo. Na academia, um local que há pouco tempo foi majoritariamente masculino, é de ficar surpreso que o número de mulheres que tomam anabolizantes é superior a dos homens.


Apesar de alguns hormônios serem liberados em outros países, vale lembrar que no Brasil o comércio dessas substâncias é proibido para fins estéticos, no qual a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe a venda de anabolizantes, conforme prevê a lei 9965, do ano 2000.

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