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O sucesso de RuPaul’s Drag Race

  • bixcoitodiario
  • 29 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Reality show de drag queens, que começou em pequeno canal fechado LGBT, chega uma das maiores plataformas de streaming



Por Alessandra Ananda


RuPaul’s Drag Race é um reality show de drag queens (arte baseada, majoritariamente, na criação de uma personagem mulher exagerada e performática), que as coloca disputando pelo título de próxima “Super Estrela Americana do Drag” em desafios de comédia, moda, atuação, dança, criatividade, entre outros. “O formato de reality igual ao America's Next Top Model foi uma importante parte do seu sucesso, além de agregar humor, arte, moda, música, dança e questões pessoais que emocionam o público”, revela Marina Andrade, de 22 anos, que assiste o programa há quatro anos.


Netflix distribui, desde 2018, o reality RuPaul's Drag Race no Brasil

Rupaul’s Drag Race está, atualmente, em sua 11ª temporada, que se encerra nesta quinta-feira (30/5). A Netflix, uma das maiores plataformas de streaming, com 18% da participação no mercado no Brasil, segundo levantamento da Business Bureau, possui, desde 2018, os direitos de distribuição do reality no país, o que, para os fãs, contribui ainda mais na sua popularidade. Para Yasmin Seda, de 22 anos, que assiste ao programa desde 2013, “quem consome o conteúdo tem mais fácil acesso, além de receber com maior rapidez aqui no Brasil”, enquanto Clara Matos, de 21 anos, ressalta também a importância dessa parceria para atração de novos públicos “a Netflix aproxima o programa de um público que não sabia que ele existia.”


RuPaul’s Drag Race, apesar de disponível para o público em geral, é voltado, sobretudo, para os telespectadores LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), retratando, muitas vezes, as pautas debatidas pela minoria e disseminando o trabalho das drag queens como arte. “O programa é uma plataforma para toda uma juventude que é aspirante a drag ou busca aceitação na sociedade como pessoa LGBT, é como se fosse uma grande família”, diz Caio Oliveira, que acompanha o reality há 6 anos, “acredito que hoje a arte drag é muito mais valorizada, pelo menos no cenário brasileiro, por causa do show, ao evidenciar o talento das queens em diversas categorias de desafios, fugindo um pouco do estereótipo de performista ao qual estávamos habituados”.


Anderson Gonçalves, de 30 anos, destaca que o programa auxilia também a mostrar para o público em geral os preconceitos enfrentados pela comunidade LGBT, “o programa tem contribuído para revelar não só o que é ser drag, mas todos os problemas enfrentados pelos gays, trans. Isso ajuda na empatia!”


Por outro lado, os telespectadores também possuem críticas direcionadas ao programa, que acaba reforçando alguns estigmas vividos pela comunidade LGBT e, sobretudo, para quem pratica a arte do drag. Para Gabriel Goularte, de 18 anos, o programa deveria ajudar a combater estereótipos, “tinha que ser quebrado esse estigma de que para ser drag tem que saber andar de salto, performar, ser engraçada, a comunidade acaba se tornando tóxica por causa de tantas exigências”. Yasmin fala também sobre questões problemáticas presentes no vocabulário usado no programa “precisava acabar com essa história de ‘fish’ para se referir a uma queen feminina, já que é um termo misógino e desrespeitoso em relação às mulheres.”


Mas o que se torna incontestável é o sucesso adquirido pelo programa, que já contou com a participação de famosos como Lady Gaga, Miley Cyrus, Troye Sivan, Ariana Grande, entre outros. Além de ter atingido, em sua décima temporada, o número de 723 mil telespectadores, apresentando 10% de crescimento com relação a temporada anterior, antes mesmo de ser distribuída pela Netflix. RuPaul's Drag Race ganhou, ainda, em 2017, três Emmys como reality show, de Melhor Apresentador, Melhor Figuro e Melhor Edição.


Veja o que algumas drag queens do programa já apresentaram em suas passarelas




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