Investimentos: como não cair em golpes
- bixcoitodiario
- 10 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de abr. de 2019
Pirâmides financeiras fazem vítimas há quase um século
Por: Jéssica Soares
A empresa Empiricus Research foi multada em R$ 40 mil pelo Procon de São Paulo, por propaganda enganosa. A peça publicitária em questão apresenta Bettina Rudolph, 22 anos, dizendo ter aplicado R$ 1,5 mil e chegado a R$ 1,042 milhão, dentro de três anos. Além de essa multiplicação de patrimônio ser impossível, em um período tão curto de tempo, o anúncio da empresa induz o cliente a crer na garantia do retorno dos investimentos. Mas, para o economista Marcelo de Albuquerque e Mello, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), “se é bom demais para ser verdade, provavelmente não é”.
Toda a repercussão serviu para que a atenção se voltasse ao marketing agressivo, o principal atrativo para os esquemas de pirâmides financeiras. O golpe não é novidade, já que foi popularizado em 1920, nos Estados Unidos, pelo estelionatário Charles Ponzi. Mas, ainda hoje, os esquemas fazem vítimas com as promessas de grandes lucros em pouco tempo.
Os investidores são incentivados a indicar novos membros, recebendo uma recompensa por isso, e assim sucessivamente. A pirâmide consegue pagar os investidores antigos com o dinheiro dos novos, causando a ilusão de que a quantia investida está se multiplicando e que o negócio é seguro. O esquema é insustentável, ilegal e gera graves prejuízos.

Para Marcelo, as pessoas continuam caindo no golpe pela falta de educação financeira e pela persuasão do marketing, “o psicológico influencia muito e as empresas apelam a isso, as pessoas estão necessitadas e não entendem do assunto”. O fator psicológico foi a principal motivação do professor Deivid Pereira Queiroz, 24 anos, que estava desempregado e se agarrou à possibilidade de melhorar financeiramente, “por mais que os valores fossem acima da média, havia a esperança de mudar de vida”, afirmou.
As empresas estelionatárias costumam mostrar um extrato falso para que um primeiro saque possa ser efetuado, assim, a vítima ganha confiança. Deivid acreditou fazer um bom negócio ao investir na empresa Zurc Investimentos, que prometia mais de 40% de juros ao mês: “estranhei os juros altíssimos, mas, nos primeiros meses, os investimentos eram contabilizados e tínhamos acesso aos rendimentos. Muitos investidores conseguiram sacar e divulgaram seus resultados, eu saquei normalmente uma vez, o que me influenciou a continuar”. A Zurc Investimentos deixou de responder os investidores e já soma 2016 reclamações no site reclameaqui.
O economista alerta sobre os sinais do golpe, todas as empresas garantem resultados satisfatórios rapidamente e ignoram a regra máxima de que quanto maior o retorno, maior o risco. Além disso, é necessário checar se as empresas são autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários, entidade responsável por regular e fiscalizar o mercado de capitais. A dica de Marcelo é deixar as aplicações nas mãos de quem entende do assunto, procurar especialistas, bancos e casas de investimentos seguras e registradas.
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