Foco no consumidor: Conheça novos modelos de serviços no centro do Rio de Janeiro
- bixcoitodiario
- 11 de abr. de 2019
- 4 min de leitura
Praticidade, autonomia e conforto levam cariocas a experimentarem diferentes formas de consumo na cidade

Por: Taíza Moraes
As possibilidades de lazer, entretenimento e consumo animam frequentadores do centro do Rio de Janeiro. Hoje, o carioca pode andar de patinete elétrico na Praça Mauá para relaxar durante o almoço. Durante a tarde, ele pode fazer sua própria comida e bebida em uma cafeteria localizada no Terminal Menezes Cortês. Já no fim do dia, pode terminar em um espaço localizado na Rua Teófilo Otoni, assistindo a um filme com contribuição consciente. Esses três serviços oferecidos em diferentes lugares da cidade fazem parte de um novo circuito do Centro do Rio e são a aposta de empreendedores que focaram na experiência do público como diferencial.
A empresa Grin é quem oferece o aluguel dos patinetes verdes que se espalharam pelas ruas da cidade. Sergio Romo e Jonathan Lewy, os criadores do negócio, procuraram tornar o serviço intuitivo: aquele que deseja utilizar os patinetes deve baixar o aplicativo Rappi, encontrar onde eles estão localizados pelo GPS e cadastrar o cartão de crédito por onde será feito o pagamento. A partir de R$0,50 centavos, o usuário pode desbloquear os aparelhos e andar em até 20km/h no perímetro autorizado.
‘’Me chamou atenção a praticidade para usar o patinete pelo aplicativo, isso ajuda muitas pessoas que querem se locomover pela cidade. Eu e um grupo de funcionários do trabalho viemos conhecer e passear pela Praça Mauá, achei muito interessante principalmente por não poluir o ambiente.’’ diz Carolina Leal, estudante de psicologia.

Apesar dos comentários positivos sobre o novo serviço, existem críticas sobre falhas do aplicativo. Carolina observou que algumas crianças moradoras de rua brincam em alta velocidade com os patinetes que não bloqueiam automaticamente após uso do cliente. O serviço só pode ser utilizado por maiores de 18 e a empresa não tem controle sobre isso. Igor Gusmão, militar, de 25 anos e Carol Lacerda, estudante de concurso, de 22 anos, vieram passear pela cidade e optaram pelo uso dos patinetes. Em sua segunda vez de uso, Igor também faz observações sobre a ferramenta ‘’O carregamento de desbloqueio é lento e mesmo quando o aplicativo libera o acesso, ainda tem que esperar para começar a andar.’’
Quer Pagar quanto? E quando?
Em um primeiro momento parece propaganda enganosa, mas é verdade. O frequentador do Centro do Rio tem liberdade de pagar quanto e quando quiser pelos produtos vendidos na Cafeteria Curto Café, localizada no Terminal Menezes Côrtes, na Carioca. A ideia surgiu de três amigos que compraram uma cafeteria no primeiro piso do terminal e reformularam o conceito e a relação com o consumidor.

Todo processo de compra é decidido por quem consome o produto. ‘’Os chopes artesanais, café, pizzas e brownies tem preço sugerido, mas o cliente pode pagar quanto quiser ou não efetuar o pagamento. Se ele comprar algo que não gostou ou não tiver dinheiro, isso não o impede de consumir’’, diz Sérgio Venuto, de 48 anos, que entrou no negócio para trabalhar com o sobrinho.
Sérgio explica que para o negócio ser sustentável, os processos de produção são otimizados para oferecer produtos de qualidade a um menor preço. A novidade do empreendimento chamou atenção de Patrícia Salermo, empresária, de 40 anos, também do ramo de café. ‘’Eu não imaginava a liberdade de chegar aqui, comer o que a gente quiser, beber e ser responsável pelo pagamento. Isso é uma coisa que hoje em dia não existe mais, a confiança de não ter ninguém te fiscalizando. A amizade, o aconchego e essa confiança não é a realidade de hoje no mundo, então é muito bacana estar em um lugar como esse'', comenta.

Um refúgio à correria do Centro do Rio
Chegando na Rua Teófilo Otoni 134, uma casa com estética antiga convida quem passa a conhecer o local, em frente há um cartaz escrito à mão: ‘’Arte, eventos, café, literatura, produtos locais e muito mais’’. A Casa Naara, idealizada por Fernando Cespe, de 40 anos, é um lugar de encontro, diversificado e totalmente visual. Quem chega no segundo andar do endereço, encontra uma exposição de fotografia, produtos de marcas locais, livros à venda, e mais à frente, mesas de papelão onde são servidos os almoços veganos de cada dia.

Giselly Martins, de 23 anos, conheceu a Casa Naara quando foi a uma reunião do evento Fashion Revolution e nunca mais parou de frequentar a casa. ''É um lugar muito especial no sentido do encontro, parece um lugar que destoa totalmente do centro do Rio, no meio daquela movimentação, na Casa Naara parece que você está imersa no meio de uma floresta, um outro recanto’’, conta a empreendedora.
O espaço surgiu do incômodo de Fernando Cespe sobre as relações criadas no mundo corporativo em que trabalhou 20 anos de sua vida. Ele apresenta a Casa Naara como um local que humaniza laços, promovendo encontros que se sustentam através da economia colaborativa e consumo consciente. ''O consumidor paga o mínimo sugerido pelos eventos ou a mais, por exemplo.''

A lista de atividades da casa é extensa:
Cursos de fotografia
Oficinas de bordado, tintas naturais e macramê
Lançamento e venda de livros
Loja colaborativa com pequenos produtores independentes
Rodas de conversa sobre questões feministas, raciais e sobre masculinidade
Exibição de filmes
Exposição de artes
Terapias alternativas e Yoga
Almoço vegano com um chefe diferente por dia, entre R$ 22,00 a R$ 25 reais
A Casa Naara é um espaço aberto ao público, entre os horários de 11h às 20h, de segunda-feira à sexta-feira e possui todo dia uma programação diferente.
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