Calabouço: bar de rock celebra dez anos no dia 31 de maio
- bixcoitodiario
- 28 de mai. de 2019
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Data será comemorada com show da banda Wave Box, bolo gigante e espumante, mas proprietário e clientes sentem falta de mais grupos de rock no cenário nacional e internacional

Por Milena Oliveira
“Manter um bar de rock no Rio de Janeiro é muito difícil, seja pela maior divulgação de ritmos como pop, funk e pagode, pela grande mídia, como pela divisão do próprio público do rock”, afirma Marcelo Perelo, 39 anos, proprietário do Calabouço Heavy &Rock Bar, situado na rua Felipe Camarão, 130, na Tijuca, que comemora dez anos de sua inauguração no próximo dia 31 de maio, com show, bolo gigante e espumante. Para a data, Perelo escolheu a banda Wave Box por tocar músicas de vários artistas. Em homenagem ao aniversário do bar, foram criadas uma camisa e a cerveja artesanal Calabouço, que fará parte do cardápio de forma definitiva.
O proprietário ressalta que, por não ter experiência anterior em gestão de negócios, o empreendimento foi um grande desafio e afirma: “embora o Calabouço funcionasse de quinta a domingo, havia shows só às sextas e aos sábados. Porém, depois de um ano e meio, notei que a maioria das pessoas ia ao bar para ver shows e, então, incluí bandas nesses outros dois dias”.
Segundo Perelo, os diferenciais do Calabouço são o atendimento de qualidade, as bandas (cerca de 15 passaram a tocar em outros bares após serem reveladas no local) e os clientes, os quais criam laços de amizade entre si, com ele e com os funcionários. “Já realizei, inclusive, festas de casamento, no bar, de casais que aqui se conheceram. Muitos relacionamentos amorosos se iniciaram na casa”, declara. A idade dos frequentadores é bem diversificada, variando de acordo com a programação. “Há shows, como os de músicas dos anos 90, em que a faixa etária fica em torno dos 20 a 30 anos, enquanto, em outros, como de tributo a Elvis Presley, a média de idade é de 40 a 70 anos”, informa o proprietário.

Embora o bar tenha seu maior público às sextas e sábados, com show de bandas já conhecidas no Rio, que realizam tributos, a casa também abre espaço a bandas experimentais às quintas (a maioria de tributos) e a autorais aos domingos. “Acho importante incentivar novos artistas. O rock teve seu maior crescimento até a década de 90. O rock nacional está definhando, e o internacional não tem apresentado grande evolução”, destaca Perelo.
Cliente do Calabouço há oito anos, Bruno Silva, 33 anos, pensa da mesma forma: “houve uma redução da qualidade e do número de bandas de rock no Brasil e no mundo. As brasileiras produziam músicas sobre os problemas nacionais, como política etc. Havia uma reivindicação. Isso quase não ocorre hoje”. Apesar de ir ao Calabouço mais em dias de tributos, Silva também assiste a apresentações de bandas autorais no local.
Outra frequentadora do bar, Andrea Viegas, 39 anos, vai a shows de todos os tipos no Calabouço, há cerca de seis anos, e afirma: “apesar de achar o rock pouquíssimo divulgado no Rio, vejo espaço se abrindo para novos artistas de rock nacional. Já, no cenário internacional, as bandas que estão estourando são infinitamente inferiores às de rock clássico”.
Segundo Perelo, para que o rock se fortaleça, é importante que haja um maior incentivo pelos veículos de comunicação e uma maior união das pessoas que gostam de rock. Esclarece: “Há uma rixa entre bandas autorais e de tributo e também, muitas vezes, entre pessoas que gostam de estilos de rock diferentes”. O proprietário, quando era mais novo, gostava basicamente de heavy metal e trash metal, mas, com a idade e com o negócio, acabou tornando-se eclético. “Gosto de todos os estilos de rock do dia a dia do Calabouço, mas só escuto música no bar. Fora do trabalho, ouço apenas noticiários”, revela.
Quanto ao Rock in Rio abrir espaço a artistas de outros gêneros musicais, o cliente Silva declara: “acho que o festival deve ser com atrações de rock a maior parte do tempo. Por outro lado, se não fosse pelo evento, alguns artistas de outros estilos dificilmente viriam ao Brasil”. E Perelo ressalta que, na ocasião, muitos estrangeiros acabam indo ao Calabouço, assim como em época de grandes competições esportivas, como ocorreu na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Mas a cliente Andrea destaca: “No Brasil, os outros estilos musicais já têm espaço muito grande na mídia. O Rock in Rio deveria manter o bom e velho rock n´roll e respeitar o público clássico. Saudades de 1990!”.
A programação, horários de funcionamento e valores de couvert do Calabouço Heavy &Rock Bar estão disponíveis no site http://www.calabouco-bar.com.br/ e na página do Facebook https://www.facebook.com/calaboucobar/. A casa apresenta, além dos shows semanais, karaokê em uma quinta-feira de cada mês.
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